Itinerario basco-brasileiro em São Paulo

UGARTETXEA, ArantzaArantza UGARTETXEA
Tradução: Arantza UGARTETXEA
Jatorrizko bertsioa euskaraz
Traducción al español

“Gernika Kutun” é o nome da Euskal Etxea de São Paulo e neste lugar especial, no dia 12 de Outubro, foi a apresentação do Caderno Ikastaria 13, elaborado pelo Departamento de educação de Eusko Ikaskuntza-Sociedade de Estudos Bascos, com o título de Leitura Pedagógica da realidade basco-brasileira. Se havia algum temor pelo fato do citado caderno ser o número 13 da série, qualquer tipo de malefício já foi superado, porque os resultados foram totalmente positivos. Muitos perguntaram o que significa Ikastaria, pois bem: o sufixo “ari” (a letra “a” é o artigo) se aplica a atividades que se exercem, para explica-lo de alguma forma; assim, por exemplo, quem joga bola é pilotaria, da mesma forma que o jogador de futebol é futbolaria; assim, podemos deduzir que Ikastaria é aquele que permanece aprendendo, porque Ikas significa aprender. E essa foi a palavra que o departamento de educação de Eusko Ikaskuntza escolheu para os cadernos da seção.

Naquele dia, Elça Martins, Alfredo Soeiro, Estebe Ormazabal e Arantxa Ugartetxea (autores do caderno), estivemos presentes, com uma profunda emoção, sentindo uma vez mais o rastro do que é basco que ali permanece. Da mesma forma e sob um sentimento comum, eu diria, estavam também bascos, filhos e netos e, ainda, pessoas muito próximas a este espaço cultural. Aproximadamente umas 60 pessoas. Um mesmo ambiente familiar nos uniu a todos debaixo da mesma sensibilidade basca, que resplandecia num belo dia no qual o sol também brilhou.

No frontão Clube Paulistano. São Paulo, novembro de 2004
No frontão Clube Paulistano. São Paulo, novembro de 2004.

Elça falou-nos de sua identidade brasileira vivenciada nesse espaço plural que é nem mais nem menos que a cultura brasileira, terminando suas palavras com essa frase que tantas vezes a ouvi dizer “eu também sou um pouco basca”. Alfredo Soeiro, uma vez mais nos falou de seu amor pela “pelota basca” e sua admiração por Euskall Herria, salientando que uma das coisas mais bonitas de nossa cultura é o esporte; foram palavras que elogiaram essa paixão que ele pessoalmente sente como Jogador de pelota basca (pelotari), convencido de que é uma das realidades mais fortes e fascinantes de nossa cultura. Estebe Ormazabal acariciou nossa sensibilidade e memória histórica. Houve muita emoção. Agradeceu à audiência e participantes sua presença, aqueles que generosamente colaboraram nas entrevistas, e sobretudo a Eusko Ikaskuntza pela confiança e ajuda proporcionadas na elaboração deste trabalho. Submergiu-se na real emoção basco-brasileira e nos levou com ele a aproveitar das mesmas águas. Arantxa Ugartetxea (eu), falei desse andar por casa que é o Euskal Etxea, salientando que permanecemos olhando para o futuro com esperança, sabendo que esta casa é um símbolo histórico inegável no processo intercultural basco-brasileiro.

Houve aplausos, emoção nos rostos, alguma lágrima, alegria e agradecimento. Uma excelente comida organizada pelos membros de Euskal Etxea aliada a um ambiente extraordinário. A conversa se fazia interminável, mas as distâncias desta imensa cidade nos obrigaram num certo momento à despedida. Muitos levavam nas suas mãos o Ikastaria 13, que Eusko Ikaskuntza obsequiou como colaboração ao trabalho realizado.

Euskal Etxea de São Paulo. Outubro de 2004
Euskal Etxea de São Paulo. Outubro de 2004.

Entretanto, este não foi o único lugar de apresentação e acolhida deste trabalho, porque existe em São Paulo, um cantinho muito querido para os “pelotaris”, que é o Clube Paulistano, no qual se encontra o que todos comumente denominamos de “Frontón Paulistano”. Estas paredes e este solo brasileiros são freqüentados por pelotaris da própria terra que praticam e cuidam da pelota basca. Alfredo Soeiro está criando uma escola de “cesta-punta”. Não são muitos, mas vivem a vocacão por este esporte de maneira real e admirável. Antes de estarmos ali, haviam estado dois monitores: Manex Urtasun e Gorka Alonso; um de “cesta-punta” e outro de “paleta”, enviados pela Federação de Euskadi. Todos estavam contentes pelo enriquecimento mútuo que haviam experimentado e que os dois monitores voltaram deslumbrados ao País Basco.

No “Frontón Paulistano” não há bascos, mas quando os bascos entramos naquele recinto, nos sentimos imersos em nossas próprias raízes como se fôssemos invadidos por uma magia especial. Através deste esporte, viveciamos uma forte interculturalidade, sem necessidade de argumentos teóricos, simplesmente pela própria prática esportiva, trata-se da incorporação pessoal da própria basco-brasilidade, como uma realidade inegável. E desta vez ocorreu-nos o mesmo quando no dia 14 de Novembro chegamos com o Ikastaria 13 nas mãos. Nossa intenção era distribuir este exemplar aos “pelotaris” brasileiros e aos que continuam incentivando esta realidade esportiva com verdadeira paixão e vocação profissional.

Euskal Etxea de São Paulo. Outubro de 2004
Euskal Etxea de São Paulo. Outubro de 2004.

Ali estavam como sempre, os de “cesta-punta” e os “palistas” que jogam na segunda parte da manhã. É interessante e surpreendente ver como integram o jogo da “pelota basca” ao estilo brasileiro. Digno de se ver. Acolheram-nos com alegria e afeto. Todos e todas queriam ver o livro, enquanto se sucediam diferentes perguntas e comentários. Naquele “frontón” esteve nosso Ikastaria 13 entre “pelotaris”, reconhecido e acolhido como se fosse um verdadeiro tesouro que guardavam em suas mochilas para levá-los a suas casas. Quero dizer que este grupo esportivo tem sua própria página web e se alguém tem interesse pode acessá-la neste endereço: www.pelotabasca.com.br

Mas não terminou tudo na “cancha” (como eles dizem), o Clube Paulistano mantém um restaurante e cozinha formidáveis e ao redor da mesa celebramos a apresentação do trabalho e, acima de tudo, nossa enriquecedora relação. Este dia acabou numa verdadeira tertúlia amigável, carregada dessa vocação esportiva que é a “pelota basca”, onde aparece sem fissuras a real interação basco-brasileira. O “Frontón Paulistano” tem senhas de identidade basca para muitos de nós. Nesta casa, sempre estão dispostos a nos acolher, definidos a favor da “pelota basca” e indiscutivelmente ansiosos em potenciá-la. Posso dizer sem medo de errar que todos os bascos somos acolhidos nesta “cancha” como em nossas próprias casas.

No restaurante do Clube Paulistano. São Paulo, novembro de 2004
No restaurante do Clube Paulistano. São Paulo, novembro de 2004.

Levando em conta que vivemos no Brasil, que andamos aquí e ali, este trabalho é o primeiro passo para expressar que, apesar do imenso oceano que existe pelo meio, somos conscientes dessa realidade basco-brasileira que impregna nossa personalidade. Sabemos que vamos nos transformando em relação à própria viagem, ao tempo que tentamos compreender melhor, que é essa emoção mágica que nos prende e permanece, enquanto vivemos aqui e ali. Atrevemo-nos a dizer que o espaço e o tempo são relativos quando sentimos esta corrente emocional que vive incorporada à nossa própria forma de ser, como uma realidade indivisível basco-brasileira que conserva sua própria identidade.

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